“Tunísia, o inferno dos exilados”, na Arte: palavras de migrantes perseguidos pelas autoridades

ARTE – SÁBADO, 7 DE JUNHO ÀS 18H50 – DOCUMENTÁRIO
A reportagem começa com um acampamento improvisado, montado em um olival em algum lugar no sudeste da Tunísia, a cerca de quarenta quilômetros da grande cidade portuária de Sfax. Ibrahim, um serra-leonês de 25 anos que estudou medicina em seu país natal, é encarregado de supervisionar um evento especial: um nascimento.
A futura mãe optou por dar à luz dentro de uma tenda coberta de plástico, preferindo deitar-se em colchonetes rudimentares a desfrutar do conforto e dos equipamentos de uma maternidade. Ir ao hospital, disse ela, significava correr o risco de ser presa pela polícia. "A polícia está nos caçando como animais", disse ela. Esse medo faz parte de um clima de crescente repressão contra migrantes na Tunísia.
Segundo as autoridades, cerca de 20.000 exilados sobrevivem nos olivais perto de Sfax. De lá, eles esperam um dia zarpar e chegar à ilha italiana de Lampedusa de barco. Mas essa jornada se tornou quase impossível. Entre 1º de janeiro e 1º de junho, apenas 1.241 pessoas chegaram às costas europeias, em comparação com mais de 26.000 no mesmo período há dois anos, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR). O acordo firmado no verão de 2023 entre a Tunísia e a União Europeia visa conter a migração, mas a que custo humano?
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Le Monde